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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

RETRATO DO HOJE

Não escolhi a solidão.
Ela me escolheu.
Se a aceitei?
Bem, a princípio não, relutei,
Mas depois que percebi o real propósito de tudo isto,
A acatei, e bem a recebi.

Nisto percebi, com a ajuda dos Mestres,
Como é rica a vida interior,
Como ela é um passaporte para a vida espiritual,
Ainda em vida,
Ainda jovem,
Ainda forte,
Percebi o que muitos só percebem depois de um certo tempo,
Quando a morte já os convida a partir.

Então, não tive mais problemas com elas,
A solidão e a morte tornaram-se minhas amigas íntimas,
E mostraram-me suas faces ocultas,
A primeira transformou-se em solitude,
A segunda vive a vangloriar a vida,
Em suas múltiplas formas e encapsulamentos corporais,
Lá está ela,
A Lhe abrigar e reverenciar.

Hoje os vizinhos monitoram minha saída,
E pedem para falar comigo,
Querem acertar as contas do passado,
E pagar-me cada centavo.

Aceito e agradeço,
De conferir a parcela não me esqueço,
E deles me despeço.

Meu caminho volto a seguir,
Para a mata ele me chama,
Meu ônibus já partiu, é preciso correr!

No meio da trilha lá estava ela a se banhar,
Ao sol se dedicava,
E quando percebe minha presença,
Esgueira-se por entre a vegetação rasteira.

Hoje, a princípio quando lhe vejo, ainda sinto medo,
E é normal, afinal, ela pode me morder,
E me fazer sofrer,
Ou até mesmo perecer.

Mas logo o medo passa, pois lembro-me dos ensinamentos de Buda,
E de como Ele lidava com os seres da floresta,
Assim, peço amorosamente para ela ir embora e ela vai,
Ter com os seus, talvez procriar,
Talvez outra vez dormir,
Talvez procurar,
Algo para se manter, se alimentar.

Para seguir meu caminho exito,
Por um momento paro,
Penso em voltar,
Penso nas consequências,
Decido seguir,
Armo-me com um galho de árvore caído ao chão,
Defendo-me de qualquer tentativa de ataque,
Que não mais ocorre,
Passo por ela e sigo meu caminho.

O coração arfa, o medo sobe à garganta,
Ainda ouço seus sussuros ao longe,
Mas não tenho tempo de parar,
Apenas sigo meu caminho,
E nele, lembro-me de antigos compromissos do passado,
E comprometo-me a realizá-los ainda hoje.

Na travessia do rio outro medo,
Ele estava mais cheio que o normal,
As pedras deslizantes e moles,
Impelem-me a desenvolver sabedoria,
Para tudo analisar e as escolhas corretas fazer,
E a travessia novamente bem concluir,
O ideal Paramita realizar.

E ao final da jornada,
Uma voz amiga soa em minha mente,
"Já podes largar o cajado, guerreiro!"

É certo que já podia vislumbrar ao longe as ruas normais da cidade,
Mas minha insegurança, fez-me lho desobedecer,
E ainda mais um pouco, com o cajado andei,
Impunhando-o como arma,
Até que o final da trilha, vislumbrei,
Agradecendo-lhe por mô ajudar,
Na mata o depositei.

E o guardião amigo, sorridente o aceitou.
E assim mais um ciclo se encerrou,
Ciclo este em que no passado,
Pessoas como eu enclausuravam-se em sérios monastérios,
Ou partiam para as cavernas das montanhas, das florestas.

Hoje apenas ficam mais tempo recolhidas em suas casas,
Habitando o interior de seus quarto-escolas,
Para construir e reativar,
As belezas do seu ser interior,
E nele voltar a habitar,

Sem necessariamente,
Radicalmente,
Do mundo se desligar.

Autor: Wanderley Marcos do Nascimento
(Permitida a divulgação, desde que citada a fonte.)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ode ao Mestre Jesus Sananda

Jesus, Alegria dos Homens,
E Mulheres de Boa Vontade,
Saudado Seja!!!

Divino Irmão,
Divino Mestre Maior,
De Sua Luz infinita,
Resplandesce o Cruzeiro do Sul.

De Sua Paz Magnânima,
Vislumbram-se sinais de Sua magia,
Ao espargir-Se de Seu peito sagrado,

A todos chega,
A todos acolhe,
A todos acalma,
A todos espera.

Pacientemente, docemente,
Nos espera,
Até que a maturação ocorra,
Até que prontos estejamos.

E da nossa luta, não declinamos,
Não!!!
Prontos e aptos aqui estamos,
Prá que se cumpram todos os desígnios.

Que devem e possam ser por nós ancorados,
Para que Sua Sacrossanta imagem,
Continue a por nossos peitos imaculados,
Redimidos por sua Divina Misericórdia,
Fluir livremente,
Alegremente,
Servir.

Para que o propósito, seja alcansado,
Para que tudo, tudo, seja consumado,
Para que os justos e puros de coração,
Perseverem e persistam.

No caminho,
Muitos desvios há,
Muitas armadilhas também,
Muitas escolhas devem ser feitas.

E sobretudo, acertadas
Elas o serão, àqueles que Mo seguirão,
De perto e ao longe,
De súbito e longamente.

Assim o falou,
Seu Divino Mestre,
Jesus Sananda!!!

Autor e Canalizador: Wanderley Marcos do Nascimento
(Permitida a divulgação, desde que citada a fonte.)