Ainda que nem sempre se possa ver,
As chamas das desigualdades são pungentes,
Cortam, ferem,
Queimam, mutilam,
Destróem sonhos e ideais.
Revoltam e ardem n´alma de todos aqueles que são impedidos de erguer-se,
E ao contrário, forçados são ao chão confinar-se,
Por pura inveja e maldade daqueles que já estão no alto,
No topo de suas fraquezas e vulnerabilidades humanas.
Mas há outras formas de resolver este impasse,
Das inquietações na floresta,
Surgem debates,
Surgem discussões,
Calorosas, frígidas,
Todos se mobilizam.
Cada qual a sua maneira e potencialidades,
Latentes ou afloradas,
Magnânimas ou nojentas,
Asquerosas,
Pérfidas,
Sórdidas,
Fedorentas.
Cada um defenderá o seu quinhão,
Como quem defende o seu próprio território.
Alguns poucos conseguirão,
O sentido universal da disputa,
Captar,
Ouvir Seu doce sussurar,
Dar-Lhes-ão ouvidos,
E engrandescer-se-ão.
Como filhos do Homem serão chamados,
Como filhos de Deus serão aclamados,
Como filhos da Terra serão erguidos,
Como filhos do Cosmos serão lembrados.
E serão estes, poucos a princípio,
Muitos no passar das carruagens incandescentes,
Que unidos como um,
Suportarão a todas as vicissitudes,
Recordar-se-ão de todas as lições,
De todas os bons e maus exemplos que aqueles que já se foram,
Lhes deixaram.
E à luta não fugirão,
A grande batalha travarão,
Seus novos limites e filhos,
Doce e fortemente, defenderão.
E eis que o novo tempo ficou para trás,
Resta agora apenas o presente,
Doce presente de Deus,
A nós legado.
Mostra-se ele em tons de leve dourado, nas bordas.
No centro, áureo é o seu luzir.
No todo, resplandece forte e pleno.
Suportando todo o novo Éon,
Que já chegou.
Autor: Wanderley Marcos do Nascimento
(Permitida a divulgação, desde que citada a fonte.)
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